PROPEDÊUTICA DOS CONCEITOS DE “BOM” E “MAU” A PARTIR DAS OBRAS GENEALOGIA DA MORAL E O ANTICRISTO DE NIETZSCHE

Autores

  • Anthony Gabriel da Silva Frota Universidade Federal do Acre, Brasil
  • Guilherme da Silva Cunha Universidade Federal do Acre, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.46550/cadernosmilovic.v3i1.107

Palavras-chave:

moral de senhor, moral de escravos, genealogia, axiologia

Resumo

O presente artigo analisa algumas possibilidades de interpretação acerca dos conceitos “bom” e “mau”. Para isso, tomamos como fundamentação teórica as obras Genealogia da Moral (1887) e O anticristo (1888), de Friedrich Nietzsche. Essa abordagem, consequentemente, contesta a ideia de que existem valores “em si” (i.e., valores supremos, eternos, imutáveis), como pressuponha a tradição filosófica ocidental, pautada nas doutrinas de Platão e do Cristianismo. O “maldito” Nietzsche, homem de palavras incisivas, nos oferece uma análise cuja “métrica” é a valorização da vida enquanto movimento e potência, contrariando as metafísicas que colocam o “além-mundo” como sendo o verdadeiro, e este mundo – o único existente – em uma posição de inferioridade. Nesse sentido, pelo fato de não existirem valores “em si”, toda moral brota de um chão: o da imanência. Isto conduz a duas questões importantes para a nossa reflexão: como nascem os valores morais? Qual é o valor dos valores? Considerando que a cultura ocidental é forjada pelos ideais platônicos e cristãos, buscamos analisar o nascimento da moralidade vigente a partir da tensão entre a classe aristocrática e a classe sacerdotal nas culturas antigas. 

Biografia do Autor

Anthony Gabriel da Silva Frota, Universidade Federal do Acre, Brasil

Bacharel em Filosofia pela Faculdade Diocesana São José (FADISI). Membro do grupo de pesquisa Miroslav Milovic (GPMiro). Integra o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação do Campo, das Águas e das Florestas na Amazônia Acreana (Gecafa), vinculado à Universidade Federal do Acre (UFAC). Atualmente é graduando do curso de Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal do Acre, atuando como bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). Realiza pesquisas sobre Filosofia da Diferença, com destaque para autores como Friedrich Nietzsche, Michel Foucault e Gilles Deleuze. Contato: anthonyfrota39@gmail.com

Guilherme da Silva Cunha, Universidade Federal do Acre, Brasil

Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) com a tese "O sensualismo poético como pathos dominante em O Nascimento da Tragédia" (2022). Professor do curso de Filosofia da Universidade Federal do Acre (UFAC). Autor de cinco livros. Pesquisador do Núcleo de Estudos Estratégicos e Relações Internacionais, vinculado ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal do Acre.

Publicado

2025-08-27

Edição

Seção

ARTIGOS