ENTRE CIÊNCIA E SENTIDO

A RUPTURA DE FARIAS BRITO COM O POSITIVISMO

Autores

  • Halwaro Carvalho Freire Faculdade Católica de Fortaleza, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.46550/cadernosmilovic.v3i2.124

Resumo

A filosofia de Raimundo Farias Brito se afirma, antes de tudo, como reação às correntes dominantes de seu tempo, em especial ao positivismo e ao cientificismo monista, cuja pretensão de reduzir o pensamento ao domínio técnico-científico é frontalmente recusada. Contra esses sistemas, Brito defende que a filosofia só encontra legitimidade quando interroga os princípios últimos da realidade, tarefa que apenas a metafísica pode cumprir. Sua crítica à modernidade não se limita, contudo, à denúncia das insuficiências do positivismo: ela se estende também ao criticismo kantiano, ao qual opõe uma tentativa de restaurar a unidade do saber. Nesse itinerário, a metafísica surge não como tema periférico, mas como eixo estruturante da razão, da moral e da própria possibilidade do filosofar. Com base na análise de textos fundamentais e em diálogo com intérpretes, o artigo mostra como Brito empreende um esforço singular de reconciliação entre ciência, ética e metafísica. Conclui-se, assim, que em sua obra a metafísica desperta como fundamento da busca filosófica por sentido.

Publicado

2025-12-24

Edição

Seção

DOSSIÊ: FILOSOFIA BRASILEIRA