O CONCRETO APARECER DO NÃO-APARECENTE NA ARENA OU PARA FALAR ALEMÃO EM PORTUGUÊS
A IMPREVISÍVEL FÓRMULA DE UMA METAFÍSICA PÓS-KANTIANA EM MÁRIO FERREIRA DOS SANTOS E MACHADO DE ASSIS
DOI:
https://doi.org/10.46550/cadernosmilovic.v3i2.131Palavras-chave:
Metafísica; Paradoxo; Machado de Assis; Mário Ferreira dos Santos.Resumo
O artigo propõe uma releitura do ensaio “Notícia sobre a literatura brasileira: instinto de nacionalidade”, de Machado de Assis, afastando-o de uma interpretação meramente histórica ou diagnóstica da formação de uma consciência nacional literária. Sustenta-se que o texto machadiano circunscreve, de modo inaugural no contexto brasileiro, a lógica da negação não-excludente, posteriormente formalizada por Massimo Donà a partir da reflexão do Schelling tardio. Para tanto, o argumento desenvolve-se em dois momentos: inicialmente, delimita-se a estrutura dessa lógica no interior da Idee des Seyns schellinguiana, explicitando seu papel estratégico na constituição de uma perspectiva realista fundada na semantização do referente do metá. Em seguida, analisa-se o ensaio de Machado de Assis, evidenciando como a questão da nacionalidade literária mobiliza a negação não-excludente para tornar inteligível o paradoxo de uma literatura que se afirma brasileira precisamente ao não se fechar numa identidade nacional excludente. Duas premissas sustentam a análise: uma de ordem histórica, voltada à recepção inicial do texto, e outra de ordem teórica e filosófica, central para a tese defendida.
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